Casos de Covid entre professores em aulas presenciais são três vezes maior do que média da população
Os casos de Covid-19 registrados entre professores do estado de São Paulo, que voltaram às aulas presenciais, foram três vezes maior do que a média da população em geral, na mesma faixa etária. É o que mostrou um levantamento do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e do grupo Rede Escola Pública e Universidade (Repu). Os dados foram coletados entre 7 de fevereiro e 6 de março de 2021, período no qual as escolas retomaram as atividades presenciais no estado.
A divulgação dos números ocorreu na mesma semana em que a Câmara dos Deputados aprovou urgência na tramitação do Projeto de Lei (PL) 5595. A proposta enquadra a educação como atividade essencial, proibindo, assim, a suspensão das aulas presenciais nesta pandemia, o que coloca em risco milhões de vidas, no momento em que o Brasil registra recordes de novos casos e mortes e o sistema de saúde está em colapso.
“Se aprovado o PL 5595/2020, colocaremos em circulação nas ruas, ônibus, escolas, universidades, institutos federais e CEFETs mais de 3,4 milhões de trabalhadoras e trabalhadores da Educação Básica e do Ensino Superior. Por certo, a conta dessa tragédia é pior, pois devemos somar a esses números quase 56 milhões de estudantes dos dois níveis. O PL 5595/2020 significa na prática quase 60 milhões de pessoas obrigadas a circular e a se encontrar no pior momento da pandemia da COVID-19. É necessário lembrar que pesquisas apontam que o(a)s jovens cada vez mais são infectado(a)s, ocupando as UTIs e sendo vítimas fatais do vírus”, analisa o Andes-SN, em nota.
Um outro estudo, este da UFMG feito a pedido do jornal O Tempo, simulou os impactos de uma possível volta às aulas presenciais. A conclusão é de que um único aluno com o vírus, em uma sala com outros 20 outros, pode infectar até 60 pessoas em 15 dias. Isso, se todos usarem máscara. Sem o equipamento de proteção, o número salta para 90 em apenas dez dias.
Aulas presenciais só vacina para todos/as!
O Andes-SN defende a vacinação de todos e todas como requisito para o retorno das aulas presenciais, entendendo-a como uma estratégia coletiva de saúde.
“Defendemos que a alternativa à falta de planejamento do governo federal, ao invés de antecipar vacinação à(o)s docentes, deve ser a de lutar para que somente com vacinação para todas e todos poderemos cogitar o retorno presencial às aulas. A antecipação da vacinação só estaria servindo para atender especialmente às pressões do setor privado da educação e aos governos que querem o retorno às aulas presenciais em prejuízo da vida. Isto aglomeraria e tornaria ainda mais exponencial, pela natureza do trabalho escolar, a contaminação do(a)s demais trabalhadore(a)s que não estão inserido(a)s nas prioridades”, diz o sindicato.
O posicionamento do Andes-SN se embasa em fatos cientificamente comprovados, como o de que, mesmo imunizados, professores continuam sujeitos a se contaminarem e o de que as crianças, ainda que assintomáticas, são grandes vetores de propagação do vírus.
Situação em Viçosa
Em Viçosa, foram confirmados 5.572 casos da doença, desde o início da pandemia, segundo boletim epidemiológico da Prefeitura do dia 19 de abril. Somente da última sexta-feira (16) para cá, foram 79 confirmações. O número de óbitos chega a 65. A situação dos leitos também é preocupante. Ainda de acordo com o boletim, dos 17 de CTI oferecidos no município, 16 estavam ocupados.
Em relação à UFV, já são pelo menos sete professores, que faleceram em decorrência do vírus, conforme notificações recebidas pela ASPUV.
(Assessoria de Comunicação da ASPUV)