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Seção Sindical dos Docentes da UFV
Epicentro da pandemia, Brasil é o 62º no ritmo de vacinação

Novo epicentro da pandemia, com o maior número de mortes e casos diários do mundo, o Brasil vê a sua vacinação andar a passos lentos. O país caiu no ranking de imunização e, proporcionalmente, ocupa a 58ª colocação. No que se refere ao ritmo, o desempenho é ainda pior: somos o 62º. Os dados são copilados pela publicação digital Our World in Data.

Segundo projeções da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Brasil demorará 2,5 anos para vacinar a sua população acima de 18 anos e, mesmo assim, apenas com a primeira dose. A imunização vagarosa  coloca milhares de vidas em risco e ainda favorece o surgimento de novas variantes do vírus mais resistentes e de difícil controle.

Baixa cobertura, falta de transparência e de definições precisas para aplicação das doses

A Rede de Pesquisa Solidária, que conta com mais de 100 pesquisadores, divulgou a nota técnica Baixa cobertura vacinal e desafios do plano nacional de imunização contra a COVID-19 no Brasil. O estudo traz conclusões e análises alarmantes.

Destaca, por exemplo, a falta de hierarquizações bem definidas para a aplicação das doses, o que gerou interpretações diversas, desvios, improvisações e deu margem a “fura-filas”. A nota técnica chama ainda a atenção para a falta de transparência nas negociações do governo para compra das doses, o que dificulta uma previsão mais realista sobre o cenário. De qualquer forma, mesmo se o país conseguir, no primeiro semestre, imunizar o grupo definido como prioritário ainda estará muito distante dos 90% de cobertura necessários para conter a transmissão.

“Caso confirmada a previsão da oferta de 183 milhões de novas doses no primeiro semestre e considerando as 18 milhões de doses já disponíveis, o país teria condições de vacinar com as duas doses recomendadas cerca de 100 milhões de pessoas nesse período, mais do que a população prioritária de 77 milhões definida pelo Plano Nacional de Imunização. No entanto, ainda estaria muito distante da cobertura completa da população-alvo total da vacinação contra COVID-19, estimada em cerca de 159,8 milhões de brasileiros com 18 anos ou mais. Para tal seriam necessárias cerca de 320 milhões de doses de vacinas”, diz o documento.

O estudo traz ainda um comparativo entre as ações brasileiras e as dos outros quatro países com maior número de óbitos na pandemia. “O Brasil se destaca por ser o único entre os selecionados que não tem meta explícita de vacinação e apenas registra números de indivíduos em cada subgrupo prioritário, sem definir o intervalo de tempo para que cada etapa da imunização seja efetivamente realizada”, pontua.

A nota técnica Baixa cobertura vacinal e desafios do plano nacional de imunização contra a COVID-19 no Brasil na íntegra pode ser lida aqui.

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(Assessoria de Comunicação da ASPUV)

 

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