Comissão atua em casos de ameaça e perseguição a professores
A perseguição e a ameaça a professores são uma realidade no Brasil. Tanto é que um recente relatório internacional apontou que a liberdade acadêmica e de pesquisar bem como a autonomia universitária e a didático-científica estão sob ameaça no nosso país. Segundo o documento, a situação se acirrou a partir da campanha eleitoral de 2018, quando o então candidato Jair Bolsonaro já proferia uma série de ataques às universidades. Com a sua a vitória, o discurso encontrou terreno ainda mais fértil.
Diante do grave quadro, o Andes-SN criou, a partir de deliberação do seu 37º Congresso, a Comissão Nacional de Enfrentamento à Criminalização e à Perseguição Política a Docentes. Trata-se de um importante instrumento para levantamento, acolhimento e encaminhamento das denúncias.
A Comissão oferece todo o respaldo necessário ao sindicalizados nessa situação, inclusive jurídico, e já obteve importantes vitórias. Caso, por exemplo, de uma professora da Unirio, absolvida das acusações de calúnia e difamação que vinha sofrendo após ler um documento público, em reunião do Conselho Universitário, questionando a criação de uma fundação para receber doações privadas para a instituição.
O que fazer em caso de ameaça?
Em caso de ameaça ou perseguição, o professor sindicalizado deve recorrer à Comissão. O contato é feito via seção sindical. Ou seja, em nosso caso, via ASPUV. É importante que o docente tente reunir o maior número de provas possíveis (por exemplo, prints em caso de ameaças feitas pela internet e redes sociais).
Ocorre da seguinte forma:
- O docente acessa a Comissão via seção sindical. A partir daí, preenche um formulário para envio ao Andes-SN.
- O sindicato nacional define um diretor para acompanhar o caso bem como a possibilidade de emitir uma nota pública.
- Serão solicitados os materiais do caso para análise da assessoria jurídica e arquivamento junto ao Andes-SN.
- Após o recebimento desse material, marca-se um encontro virtual entre o professor autor da denúncia, assessoria jurídica, representantes do Andes-SN e da seção sindical para avaliação sobre os próximos encaminhamentos a serem tomados.
Quem forma a Comissão?
A Comissão Nacional de Enfrentamento à Criminalização e à Perseguição Política a Docentes tem a seguinte formação na atual gestão do Andes-SN:
- Amauri Frangos de Medeiros – 1º Tesoureiro
- Jennifer Susan Webb Santos – 3ª Tesoureira
- Elizabeth Carla Vasconcelos Barbosa – 1ª Vice-presidenta da Regional Rio de Janeiro
Casos de perseguição e ameaças
As perseguições e ameaças de cunho político atingem diferentes universidades e instituições de ensino. No Cefet-RJ, diretores de campi foram arbitrariamente exonerados. Na Universidade Federal do Ceará (UFC), por sua vez, cinco docentes correm o risco de serem demitidos em função de suas atuações políticas e sindicais. Já no Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), a situação desembocou inclusive para a violência física: servidores e alunos foram agredidos em um protesto contra o interventor, nomeado pelo Governo Federal, para a direção da instituição.
Leia também:
– Assessoria Jurídica do Andes-SN orienta em caso de perseguições e intimidações
(Assessoria de Comunicação da ASPUV)