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A maior pesquisa, que analisa a prevalência da Covid-19 na população brasileira, teve seu financiamento interrompido pelo Ministério da Saúde. Coordenado pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o estudo concluiu suas três primeiras etapas, conforme contrato inicial firmado com o ministério. Agora, a pasta não demonstrou interesse em avançar para as próximas.

Chamada de Epicovid, a pesquisa analisa amostras de moradores de 133 cidades brasileiras, de modo a estimar a população com anticorpos e a evolução de casos da Covid-19 no país. É considerada o maior estudo epidemiológico do mundo em número de pessoas testadas e densidade geográfica.

“(A não renovação é uma decisão) totalmente política. Tecnicamente, os artigos decorrentes desta pesquisa estão sendo publicados nas revistas de maior referência no mundo (…).  A nossa pesquisa mostrou que nos indígenas o risco de contaminação é cinco vezes maior. Entre os pobres é o dobro do risco. Ou seja, as populações mais vulneráveis que deviam estar sendo protegidas, não estão sendo protegidas “, disse em entrevista à Rádio Gaúcha o reitor da Ufpel e coordenador do estudo, Pedro Hallal. Houve discordâncias entre os resultados obtidos e a narrativa que o ministério adota sobre a doença no país.

A universidade informou que busca, agora, novas fontes de financiamento para que possa prosseguir com as próximas etapas previstas.

O que diz o Ministério da Saúde

Em nota divulgada pela imprensa, o Ministério da Saúde se defendeu, alegando que a pesquisa não será interrompida, mas que ainda será definido se será a Ufpel ou outra instituição que dará continuidade aos trabalhos.

O anúncio da interrupção do estudo se deu na semana em que o Brasil ultrapassou as 80 mil mortes confirmadas pela doença e os 2,1 milhões de casos, sendo o segundo país mais atingido pela Covid-19 e sem sinais de estabilização na curva de transmissões.

*Foto em destaque: Ufpel

(Assessoria de Comunicação da ASPUV)