Governo ressuscita Future-se e encaminha projeto à Câmara
O Governo Federal ressuscitou o Future-se, programa para as instituições federais de ensino superior. Na calada, nessa quarta-feira (27), enviou à Câmara dos Deputados projeto de lei que trata da sua implantação. No entanto não deu mais detalhes sobre o conteúdo do texto encaminhado.
O Future-se foi apresentado, originalmente, em 2019. Conforme alertam diversas entidades da área, na prática, o programa significa o desmonte da universidade pública como temos hoje. Além de quebrar o tripé ensino-pesquisa-extensão, abre caminho para a privatização das instituições, retira a sua autonomia, desresponsabiliza o Estado de financiar a educação e coloca em risco a carreira de docentes e técnicos.
Mesmo com a rejeição da maioria das federais, o governo continuou a investida no intuito de aprovar a proposta. Já em janeiro deste ano, lançou uma terceira versão do projeto com explícitas pressões e chantagens políticas pela adesão, como a possibilidade de que participantes do Future-se tivessem preferência na concessão de bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Future-se volta com ministro envolto em polêmicas
A volta do Future-se se dá na calada, em um momento em que as atenções se voltam à pandemia e o governo se vê imerso em polêmicas e desgastes políticos, inclusive envolvendo o nome do ministro da educação, Abraham Weintraub.
Weintraub foi convocado para depor após declarações feitas em reunião ministerial, que vieram a público nos últimos dias. Na ocasião, xingou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e insinuou a prisão deles. Também atacou povos indígenas e ciganos, além de classificar o Brasília como “uma porcaria” e “um cancro de corrupção, de privilégio”.
O ministro ainda criticou a operação de combate a fake news, realizada no âmbito de inquérito do STF, comparando-a à perseguição de Hitler contra os judeus.
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*Crédito da imagem em destaque: Agência Brasil
(Assessoria de Comunicação da ASPUV)