Viçosa volta às ruas para rejeitar Future-se e outros ataques à educação pública
Viçosa viveu mais um dia de grande mobilização. Centenas de trabalhadores e estudantes participaram da programação local da Greve Nacional da Educação, na última terça-feira (13). Esta foi a quarta grande data com atos em defesa da educação pública e dos direitos trabalhistas realizada na cidade desde maio.
As atividades começaram logo no início da manhã no gramado das Quatro Pilastras com panfletagens e outras mobilizações. Às 09h, foi a vez de uma aula pública com os professores Carlos Sperber (DBG), Joana Hollerbach (DPE) e Fernando Conde (DGE), que abordaram questões como os ataques à universidade pública e aos direitos sociais, contidos em medidas em curso no país.
“Estão sendo tirados todos os direitos do povo, havendo um ataque frontal à educação, à ciência, à cultura, à arte, à diversidade, ao respeito ao ser humano (…). Eu trabalho com ciência, a ciência se alimenta da diversidade, não existe ciência sem diversidade. A falta da diversidade é a morte da ciência, é a morte do aprendizado, é a morte do ser humano”, disse Sperber.
Future-se
Na sequência, os manifestantes desceram em caminhada pela Rua dos Estudantes, passando pela Avenida Ph. Rolfs e subiram pela reta do campus. Em todo o percurso, denunciando as medidas de desmonte da educação pública, em especial, o Future-se.
“A gente entende a educação como sendo um direito do cidadão, garantido pela Constituição, e um dever do Estado. Então, o Future-se ele já começa ferindo esse direito constitucional, no momento em que passa a trazer uma nova forma de financiamento para a educação, que é ligada ao mercado. Ou seja, atendendo aos interesses do mercado, enquanto venda de ciência e tecnologia. Então, esse é um dos aspectos fundamentais que, junto com o princípio da autonomia universitária, nos faz crer, que é um projeto de destruição da educação pública, da nossa universidade”, destacou a presidente da ASPUV, Junia Marise.
Discurso endossado por técnicos e estudantes. “(O Future-se) ataca diretamente a autonomia da universidade, quando ele permite a maior abertura para a entrada de fundo privado, de capital privado aqui dentro. Isso vai impactar diretamente a forma como as pesquisas, a forma como que a universidade produz o conhecimento. Então, acredito que seja muito importante a presença de todos, porque só com a mobilização popular, conseguimos conquistar e manter nosso direitos”, disse o aluno do curso de Ciência Sociais, Guilherme Matheus.
“O Future-se nada mais é do que privatizar ainda mais a educação, escamotear e desmontar todo o processo educacional que a gente arduamente vem conseguindo construir. Mais do que isso: a gente tem que propor um novo projeto de universidade, um projeto que vise mesmo a classe trabalhadora, os filhos da classe trabalhadora… A gente tem que voltar à lógica da universidade que seja voltada pro social”, completou o estudante de Serviço Social, Caíque Eduardo.
Encontro na Reitoria
O ato público se encerrou em frente à Reitoria. O reitor da UFV, Demetrius David da Silva, recebeu, então, as entidades representativas, que portavam um ofício a ser entregue, no qual reiteram a rejeição ao Future-se e se colocam à disposição para construir coletivamente junto à administração estratégias de enfrentamento e contra-argumentação à proposta.
Na oportunidade, foram discutidas questões como ações da UFV relacionadas ao Future-se e a situação orçamentária da instituição.
Leia aqui matéria sobre o encontro.
Greve Nacional da Educação – #13A
O ato em Viçosa foi organizado por sindicatos, entidades estudantis e movimentos sociais da região, incluindo a ASPUV. Em cerca de 200 cidades brasileiras, foram realizadas mobilizações coordenadas nesse dia 13 de agosto, chamado de Greve Nacional da Educação.
Confira abaixo vídeo sobre o ato feito pelo setor de comunicação da ASPUV:
(Assessoria de Comunicação da ASPUV)