UFV prepara ações relacionadas ao Future-se e fala sobre perda orçamentária mensal
O reitor da UFV, Demetrius David da Silva, recebeu as entidades representativas da universidade, incluindo a ASPUV, que o entregaram um ofício, no qual reiteram a rejeição ao Future-se e se colocam à disposição para construir coletivamente junto à administração estratégias de enfrentamento e contra-argumentação à proposta. O encontro foi após o ato público local dessa terça-feira (13), dia de Greve Nacional da Educação. Assinam ainda o documento a Associação dos Servidores Administrativos (ASAV), Associação dos Profissionais de Nível Superior (ATENS-UFV) e Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Na oportunidade, o reitor dialogou com as entidades a respeito de questões como o orçamento da UFV e medidas relacionadas ao Future-se. Confira mais abaixo:
Future-se
O Future-se entrou em discussão na última reunião do Conselho Universitário (Consu), realizada nessa segunda (12). Foram deliberados três pontos
- Criação de um Grupo de Trabalho, composto por integrantes da administração e entidades representativas, para análise do projeto;
- Realização de um seminário público para discussão sobre o financiamento do ensino superior brasileiro;
- Reforço na divulgação sobre os impactos, os papeis e os serviços oferecidos pela UFV, de modo a mostrar sua importância e papel fundamental à comunidade local e ao país.
Está sendo avaliado como fundamental a manutenção do financiamento público, da autonomia universitária e do tripé- ensino-pesquisa-extensão. Também é considerado que a UFV já cumpre com excelência os pontos colocados pelo Future-se como gargalos da universidade, como a inovação e a internacionalização.
A presidente da ASPUV, Junia Marise, participou da reunião do Consu, após uma solicitação feita por ofício à reitoria. O pedido seguiu encaminhamento de assembleia da categoria docente. A professora levou uma série de documentos, que embasam a discussão sobre o projeto, reiterando a necessidade de ampla discussão com os segmentos que compõem a UFV. Entre eles, estava um segundo ofício protocolado pela ASPUV, no qual elenca uma série motivos que levam à rejeição do Future-se.
Orçamento
Outra questão levantada durante o encontro foi a situação orçamentária da instituição. Segundo o reitor, nos últimos dois meses, a UFV registrou perda de R$ 3 milhões mensais na relação entre o que era previsto e o que, de fato, foi recebido.
O orçamento da universidade é encaminhado em 12 parcelas. Este ano, cada parte seria de R$ 7,4 milhões, mas somente R$ 4,48 milhões estão sendo sendo repassados. Dessa forma, a quantia de 8,33% do orçamento anual recebida por mês caiu para 5%. Todas as ações da instituição estão sentido o impacto da contenção, de acordo com o reitor, sendo salvaguardada, até o momento, a assistência estudantil.
Há ainda a preocupação com o orçamento do próximo ano. Usualmente, o governo adota a chamada Matriz Andifes para o cálculo do valor a ser recebido por cada universidade federal. Para o próximo ano, no entanto, essa diretriz não deve ser adotada, procedendo-se um corte linear para todas as instituições.
Avaliação da ASPUV
A presidente da ASPUV e também o tesoureiro Edilton Barcellos participaram do encontro dessa terça. Para a professora, a ASPUV saiu satisfeita, no sentido de ter estabelecido um diálogo aberto com a universidade.
“A estratégia que é colocada aqui, ela é muito clara e objetiva. Não adianta simplesmente rejeitar, sem fazer a contra-argumentação. Porque o plano do governo é muito maior e os recursos que ele tem para jogar a sociedade contra nós são muito maiores. Está aí o arraso que foi feito, falando que a universidade é balbúrdia (…). Esse mesmo discurso está sendo colocado no Future-se. É nesse sentido, dentro dessas iniciativas, que está a necessidade da gente colocar a universidade, o papel da universidade, desmistificar coisas… A gente precisa trabalhar em construir uma imagem a nosso favor, porque rejeitar por rejeitar não é a solução (…). Ou a gente se alinha nessa construção clara de um enfrentamento real, objetivo e possível, ou se a gente perder tempo, vai perder novamente o bonde da história”, avaliou.
(Assessoria de Comunicação da ASPUV)