Oito motivos para ser contra a reforma da Previdência
A reforma da Previdência está em tramitação na Câmara dos Deputados como Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019. Se aprovada, as regras para concessão da aposentadoria e cálculo do benefício serão fortemente alteradas. A reforma implica um duro golpe contra os trabalhadores, que precisarão trabalhar muito mais para receber bem menos na velhice.
Os argumentos utilizados pelo Governo Federal para justificar a necessidade das alterações se mostram frágeis em vários aspectos. Por isso, a ASPUV elencou oito, que ajudam a demonstrar por que é preciso questionar e se mobilizar contra a reforma.
Confira abaixo:
1) O governo omite números.
O governo fala que a reforma é necessária para equilibrar as contas públicas. Mas omite alguns dados. Por exemplo:
-Empresas privadas devem R$ 450 bilhões à Previdência;
-Mais de R$ 500 bilhões que deveriam ir para a Previdência foram desviados para outros fins somente entre 2005 e 2014.
Por que o trabalhador deve pagar o peso dessa conta?
2) O governo decretou sigilo sobre os dados da Previdência.
Uma reforma que mexe tão profundamente com os trabalhadores brasileiros precisa de explicações! No lugar de apresentar os estudos que poderiam dar base para as alterações, o governo simplesmente decreta o sigilo sobre os dados.
No mínimo, suspeito, não?
3) O governo pune o trabalhador e beneficia grandes empresas.
O governo diz que a reforma é necessária para equilibrar as contas públicas. Mas, ao mesmo tempo, concede diversos benefícios a grandes empresários e ao setor financeiro, como perdão de dívidas e isenção de impostos. O resultado: o Estado deixa de arrecadar bilhões de reais a cada ano.
4) A reforma não vai acabar com privilégios!
O argumento de que a reforma vai acabar com privilégios é uma mentira! As alterações vão ter impacto, na verdade, sobre os trabalhadores comuns: classes mais baixas e classe média. Os verdadeiros privilegiados, como os grandes empresários, políticos e pensionistas de militares, não vão sofrer.
5) Servidores já tiveram as regras de aposentadoria alteradas.
Os servidores já tiveram o cálculo da aposentadoria alterado. Desde 2013, quem entra no serviço público tem a aposentadoria limitada pelo teto do INSS, igual aos trabalhadores da iniciativa privada.
6) O regime de capitalização é um desastre!
Países que adotaram o regime de capitalização estão revendo o sistema, tamanho foi o estrago causado. O exemplo mais famosos é o do Chile, onde 8 em cada 10 aposentados vivem com menos de uma salário mínimo por mês e o número de suicídio entre idosos é alarmante!
7) Auditoria da dívida pública mais uma vez esquecida.
A auditoria da dívida pública é prevista na Constituição de 1988, mas nunca foi realizada. Trata-se de uma investigação para descobrir o que compõe a dívida, por que ela é tão grande e quem é beneficiado com o seu pagamento. Para se ter ideia, quase metade do orçamento federal vai para a dívida pública! Um valor muito acima do que é investido na Previdência, educação, saúde…
O objetivo da reforma é esse: tirar direitos dos trabalhadores para que sobre mais dinheiro para a dívida. Mas que dívida é essa? Por que não fazemos a auditoria para saber?
8) Com a reforma você vai morrer sem se aposentar ou ficar na miséria durante a velhice.
A reforma vai representar o fim do sonho da aposentadoria para milhões de brasileiros! Aqueles que ainda conseguirem se aposentar vão receber salários muito baixos e passar a velhice na miséria.
É esse o futuro que queremos para o nosso país?
Confira também:
– Proposta de Previdência destrói Seguridade Social;
– Regras de transição da reforma atacam servidores;
– Rádio ASPUV Reforma da Previdência.
(Assessoria de Comunicação da ASPUV)