Mais duas universidades públicas recebem ameaças
Mais duas universidades públicas foram alvos de ameaças nos últimos dias. Nessa segunda-feira (01º), a Universidade Federal de Goiás (UFG) recebeu um e-mail indicando um atentado na instituição. Antes disso, na sexta (29), a Polícia Federal foi acionada após a entrega de um pacote suspeito na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Ameaça na UFG
Segundo nota divulgada pela reitoria da UFG, as Polícias Federal e Militar foram acionadas preventivamente. A instituição também reforçou sua segurança interna. “A UFG adotou essas medidas com o objetivo de proporcionar a manutenção de todas as atividades com segurança e tranquilidade, preservando a integridade física da comunidade universitária”, informou a administração da universidade.
No e-mail, o autor relaciona as ameaças à interferência de estudantes em uma manifestação pró-regime militar, realizada no domingo (31). As ameaças foram direcionadas aos prédios da Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia e Faculdade de Jornalismo.
“A Reitoria reitera o seu compromisso com os princípios democráticos, a liberdade de expressão, a diversidade cultural e o pluralismo de ideias, valores basilares da Constituição Federal e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, e repudia quaisquer formas de violência, discriminação e exclusão social”, conclui a nota divulgada pela UFG.
Suspeita de bomba na UFRN
Já na UFRN, Uma caixa de papelão, entregue por um homem não identificado, causou comoção na última sexta (29). De acordo com nota da universidade, foi identificada a “presença de um pacote suspeito nas dependências do Departamento de Artes da Instituição (Deart)”.
A Diretoria de Segurança Patrimonial isolou a área e acionou a Polícia Militar e a Polícia Federal. O prédio do Deart e da Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura (Funpec), que funciona no mesmo bloco, foram evacuados. “As equipes envolvidas, após os procedimentos cabíveis, identificaram que tratava-se de uma caixa com papéis e pertences”, explicou.
De acordo notícias divulgadas em veículos locais, um homem chegou até o Deart com um pacote fechado e o jogou no departamento. O agressor disse ainda “isso aqui é para vocês”. Em seguida, ele fugiu. Os vigilantes da universidade acionaram a Polícia Federal, que pediu apoio do esquadrão especializado em bombas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PM.
Com o auxílio de um robô do Bope, o pacote foi removido para um local seguro onde foi detonado. Não havia material explosivo na caixa, apelas papeis e balas de café, segundo informação da PF.
Mensagens de ódio e ameaças
As ameaças à UFG e à UFRN não são casos isolados. Poucos dias após o massacre na escola Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), universidades públicas brasileiras foram alvos de ameaças e mensagens de ódio.
Em 20 de março, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) divulgou uma nota informando que recebeu “mensagens em tom ameaçador”. Anônimo, o agressor supostamente é um aluno reprovado no sistema de cotas da universidade. Em e-mails, ele afirmou que iria atirar em pessoas que fazem parte da comissão ligadas à comunidade acadêmica. A UFMG comunicou que identificou o IP da conexão – endereço de Protocolo da Internet – de onde partiram as mensagens e repassou à Polícia Federal. Afirmou ainda que a rotina na universidade não havia sido alterada.
No mesmo dia, a Universidade Federal Rio Grande do Sul (UFRGS) denunciou ter recebido ameaças de atentado no campus do Vale. Elas diziam que o ataque seria “semelhante ao ocorrido em Suzano, SP”, citou a nota publicada pela instituição. A universidade acionou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), das polícias Federal e Civil e da Brigada Militar. Além disso, reforçou sua segurança interna.
No dia seguinte, no Paraná, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) confirmou ter encontrado uma carta em um banheiro do campus Uvaranas. Nela, o agressor ameaça cometer “a maior execução de alunos já vista em todo o mundo”. A universidade afirmou que solicitou o reforço da vigilância interna e acionou os órgãos de segurança externos. “A Polícia Civil enviou dois investigadores que estão trabalhando no caso. As câmeras de segurança estão sendo analisadas para confirmar o fato e identificar a autoria. Há carros da polícia e agentes de segurança interna fazendo vistorias no Campus neste momento”, disse.
Já no dia 27, a comunidade da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), na Bahia, também sofreu as ameaças. Em grupos de WhatsApp, circularam informações que sinalizavam ataques a tiros, cujo principal alvo seria o restaurante universitário.
(Assessoria de Comunicação do Andes-SN com edições e acréscimo de informações da ASPUV)